terça-feira, 3 de maio de 2011

Equipa reforçada

O NAT elegeu os novos corpos sociais para o triénio 2011 – 2013. O acto eleitoral, em lista única, ditou, para os três órgãos, o mesmo resultado: 22 votos na lista A, nenhum voto em branco e nenhum voto nulo, o que representa 48,88% do universo de sócios em condições de exercerem a sua escolha. Não podemos dizer que tenha constituído a renovação desejada, nem o índice de participação foi o que esperávamos, mas estas eleições ficam marcadas pelo reforço da equipa da direcção, com caras novas, que emprestarão as ideias e a motivação para um mandato que julgamos fundamental para o futuro da nossa associação. Aqui ficam os eleitos:

Assembleia Geral

Fortunato Miguel Caetano Alves | Presidente
João Rodrigues | Secretário
Carlos Manuel Vieira Dinis | Secretário
Isilda Maria Vieira Carvalho | suplente

Direcção

Firmino Marques Ferreira | Presidente
Rui Carlos Medeiros Alvarenga | Vice Presidente
Nuno Gonçalo Oliveira Lebre | Secretário
Alexandre Manuel Vieira Brás | Tesoureiro
Ana Paula Vieira Guerreiro | Vogal
Carla Sofia Vieira Vigário | suplente
Pedro Alexandre Mostardinha de Almeida | suplente

Conselho Fiscal

Alexandre Manuel Martins Oliveira | Presidente
Maria Manuela da Conceição Lemos dos Santos Alvarenga | Vogal
Paulo Jorge da Silva Cardoso | Suplente

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Novos órgãos Sociais

O associativismo sempre foi considerado como uma mais valia no desenvolvimento das sociedades e, de certa forma, a vida de uma associação acaba sempre por reflectir o comportamento dominante da própria comunidade que a acolhe.

Nestes dois últimos anos, a actual Direcção do NAT tem tentado desenvolver um derradeiro esforço para a implementação de uma dinâmica de responsabilização participativa dos cidadãos da nossa terra, conscientes que o futuro deste movimento só se realizará em função do envolvimento efectivo de todos.

Apesar das dificuldades, continuamos a acreditar que a associação pode tornar-se numa escola de vida colectiva, de cooperação, de solidariedade, de humanismo e cidadania. Mantemos a esperança de conseguir edificar um núcleo associativo que saiba conciliar valor colectivo e individual.

O ano de 2010 anuncia o fim do mandato da actual Direcção e projecta a necessidade de uma reflexão conjunta sobre o futuro do NAT. Consequentemente, gostaríamos de convidar todos os sócios a desenvolverem esse exercício reflexivo, no sentido de identificarmos o melhor caminho para defender, reforçar e promover o desenvolvimento da nossa terra.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Fundamentalismo?



O Fundamentalismo está na moda e serve para classificar quase tudo o que é acção pública. Originalmente associado aos movimentos étnicos extremistas com motivações religiosas, é hoje comummente empregado, num contexto mais disperso, para referenciar os cidadãos que se importam sobremaneira com alguma coisa. Defender os animais abandonados da negligência e inércia, é fundamentalismo? Ora, por definição conceptual, os Fundamentalistas são, precisamente, aqueles que apenas acreditam nos seus dogmas como verdade absoluta, indiscutíveis, recusando a premissa do diálogo. E esta significação cai que nem uma luva aos que, com o ego insuflado, hasteiam o poder e o protagonismo, padecendo, em simultâneo, de uma enraizada obstinação que se reveste, cada vez mais, do tal fundamentalismo. Ao menos se pensassem, não teriam de ouvir.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Pautas e Caudas


"«Pautas e Caudas» juntas na Reitoria da UA Músicos do DeCA e Mário Laginha em concerto.

Vejam também o Blogue com o programa deste fantástico espectáculo!!!

http://pautasecaudas.blogspot.com/

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O empedrado está vivo



As coisas raras têm valor. Uma espécie animal é protegida quando perto da extinção e um autor é reconhecido quando deixa de produzir. O que é raro não é visto. É contemplado.

As estradas feitas de empedrado são raras. A sua substituição pelo asfalto foi, até aqui, um sinal inequívoco de progresso. O betume espesso já era usado no ano 3000 a.C., embora, nesta época, não proviesse da extracção de petróleo, mas do piche retirado de lagos pastosos.

Hoje, a ideia de abdicarmos do empedrado tem vindo a perder força, em virtude do seu espectável potencial turístico.

Brevemente, o lugar da Costa do Valado, será um dos últimos baluartes do empedrado. É de preservar. Sem dúvida.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Pautas e Caudas



O auditório da Reitoria da UA acolhe, no dia 4 de Maio, a partir das 21h00, um concerto em prol dos animais de rua. Intitulado «Pautas e Caudas», o espectáculo junta, no mesmo palco, os músicos de Departamento de Comunicação e Arte (DeCA) e o convidado especial, Mário Laginha. A apresentação está a cargo do Prof. Jorge Castro Ribeiro e de Sofia Leandro. O espectáculo tem um preço de entrada único de 7,50 € e a receita reverterá integralmente para os animais abandonados. As reservas podem ser efectuadas para o endereço pautasecaudas@gmail.com.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Uma Questão de Cultura, de Leonel Moura



A cultura é o mecanismo que nos permite, enquanto espécie, evoluir para lá do lento e aleatório processo da evolução natural. A cultura é também aquilo que, a cada momento, gera o ambiente civilizacional no qual uma determinada comunidade opera. Nessa medida, estando nós globalmente na era da sociedade da informação, muitos grupos humanos continuam a viver na Idade Média ou nos primeiros tempos da modernidade. Basta pensar nos campos de refugiados, nas áreas de grande pobreza e carências de toda a espécie ou nos que vivem sob regimes de base tribal ou assentes no despotismo. E até há quem - caso de algumas remotas tribos da Amazónia -, se mantenha no muito longínquo neolítico.

Mas estes desfasamentos não sucedem só em agrupamentos humanos que, por qualquer motivo, foram marginalizados do processo histórico. No interior da era coabitam outras eras. No tempo presente coexistem tempos passados. Certos rituais, tradições e comportamentos primitivos, apesar de claramente anacrónicos, persistem nas nossas sociedades desenvolvidas. É o caso exemplar das touradas.

Só na aparência se trata de um tema polémico. Na verdade, não há nenhuma polémica, nem nada digno de debate. O assunto é claro e evidente para toda a gente. Trata-se de um ritual retrógrado que não faz qualquer sentido, nem tem nenhuma justificação, na sociedade contemporânea. Recorde-se que já D. Maria II, em meados do século XIX, decretou a sua proibição por considerar "que as corridas de touros são um divertimento bárbaro impróprio de Nações civilizadas". Pelo menos há dois séculos que as touradas são um sinal de atraso e incivilização.

Todas as pseudo discussões sobre a preservação dos touros, se estes sentem dor ou não, a importância económica da atividade, a defesa da tradição, etc., nada acrescentam ao essencial e cristalino. A tourada é um espetáculo selvagem e criminoso. Ponto final parágrafo.

Muitas outras tradições têm sido abandonadas por serem indignas da condição do homem atual. Caminhamos para o reconhecimento dos direitos dos animais. Caminhamos para uma maior consciência da partilha do planeta com outras formas de vida. Caminhamos até para um sentido de cooperação e não de exploração e extermínio das outras espécies e da própria natureza. Os anacronismos que ainda persistem combatem-se com leis civilizadoras assentes, precisamente, na evolução e consenso cultural. Ou seja, a cultura, em sentido lato e específico nas suas várias vertentes humanizadoras, tem nestes assuntos um papel decisivo. É através dela que se promove o esclarecimento, a educação e uma visão mais avançada sobre o tempo em que nos foi dado viver. A cultura não é isenta, nem irresponsável. Estamos todos implicados.

Ora essa responsabilidade não pode deixar de estar presente a nível governativo. Do Ministério da Cultura espera-se um claro empenhamento na modernização geral do País e dos cidadãos. A par do desenvolvimento das novas tecnologias e novas aptidões, com grande incidência nos planos tecnológicos e nos programas dos Ministérios da Ciência e da Economia, seria de esperar uma participação não menos ativa do Ministério da Cultura na qualificação civilizacional dos portugueses. Ora, infelizmente, não é isso que se passa. Portugal não tem tido nenhuma sorte com os sucessivos ministros da cultura.

Ao incluir uma secção especializada dedicada à tauromaquia no recém criado e pomposo Conselho Nacional da Cultura, a Ministra Gabriela Canavilhas mostra, desgraçadamente, que ainda não é desta que temos à frente do ministério alguém que já viva no século XXI. Em vez de contribuir para a evolução positiva do País, com este gesto incongruente a ministra envia sinais de atavismo e tradicionalismo que só podem reforçar ainda mais o nosso atraso.

Não cabe exigir demissões. Esta gente passa e só deixa um rasto de irrelevância. Mas fica claro que continuamos a nada poder esperar de um ministério que devia dar o exemplo e ajudar a melhorar o nível cultural dos portugueses. A cultura, a verdadeira, continuará a ser desenvolvida noutros lugares.

Leonel Moura, Jornal de Negócios Online, 26 de Março de 2010